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8 de out. de 2012

Reunião de #23: Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012

Essa reunião foi fantástica. O tema: Culpa / Aceitação.  Apresentação foi conduzida pela Psicóloga Ana Henrichs. As mães tiveram a oportunidade ter uma excelente terapia, desabafar, e reencontrar as forças.
Existem dentro de nós mães vários sentimentos misturados, confusão nos pensamentos e muitas perguntas que buscamos respostas.
®    Será que eu estou sendo uma boa mãe?
®    Será que eu fiz o suficiente para minha criança?
®    Será que eu estou fazendo o correto?
®    Será que essa terapia é adequada para minha criança?
®    Será que eu estou dando toda atenção que ela necessita?
®    A escola pede para eu dar medicamento a minha criança, mas se eu recusar eu estou prejudicando o desenvolvimento/ auto-estima dela?
Duvidas faz parte do nosso dia-a-dia, mas essas cobranças geram um sentimento negativo de culpabilidade. Outro fato importante é da nossa cultura onde a mulher é muito cobrada. Há a expectativa de que ela poderia dar conta tranquilamente da casa, trabalho e filhos, o que é impossível, mas mesmo assim ela se sente culpada por não conseguir. Toda mulher tem uma “capa de mulher maravilha” guardada no armário. Ela acha que deveria atender a todos, suprir a todos. Toda mulher tem uma super mãe dentro de si.
Você já deve estar cansada de ouvir de pessoas próximas, amigos, parentes, ou desconhecidos dizerem que sua criança parece que não tem nada, ou que você esta exagerando, que os médicos estão pondo coisas na sua cabeça. Certos comentários precisam ser ignorados por não ter nenhuma base de conhecimento ou não tem nada de positivo neles.
Que fique bem claro que o autismo é um transtorno neurobiológico complexo, que prejudica a capacidade de uma pessoa a se comunicar, desenvolver relações sociais, e é muitas vezes acompanhada de extremos desafios comportamentais. Não há no autismo nenhuma relação com aparência física, pois é um transtorno que atinge a comunicação, socialização e comportamento.
Mas por outro lado existem algumas pessoas que também fazem comentários negativos sobre comportamento de sua criança. Existem também aqueles que costumam rotular ou se atrevem a determinar o que será da vida da sua criança. Ninguém pode ter o conhecimento para definir o futuro de outra pessoa. Ou mesmo criticar as atitudes ou os movimentos estereotipados que são característicos do autismo. Alguns comportamentos são sensoriais, quer dizer o corpo dela necessita daquilo para adquirir o equilíbrio.
Estes comentários inapropriados são prejudiciais tanto para a mãe quanto a criança, se ela for condicionada a achar que ela é bagunceira, inquieta, lerda, teimosa, etc. Esses pensamentos vão condicioná-las a achar que realmente elas são esses adjetivos pejorativos. Agravando mais o problema e baixando a auto-estima da criança.
É necessário muito cuidado, pois esse é um ponto muito serio e delicado. Temos que ser o apoio, e amparo para nossas crianças sempre motivando-las com atitudes otimistas para que elas não se deixem por vencer.
A função do grupo é fortalecer as mães, porque nós não podemos nos anular, devido à opinião das pessoas. Mas para isso temos que estar muito seguras de que estamos fazendo o melhor e que ninguém mais do que você sabe o que é melhor para sua criança.  
Nenhuma pessoa tem a condição de determinar ou de dizer o que sua criança poderá fazer ou ser no futuro. Muitas vezes dentro da nossa própria família são gerados vários conflitos, pois as pessoas têm maneiras diferentes de encarar a deficiência da sua criança. E todos passam de forma diferente por esses cinco estágios emocionais.
  1. Negação (não acreditam que a criança tem uma deficiência)
  2. Raiva (porque comigo?)
  3. Barganha (busca de conhecimento)
  4. Depressão (culpa- o que eu fiz de errado?)
  5. Aceitação (paz interior/mudança)
Culpa: vem sempre de acompanhada de um sentimento de insegurança e incompetência. Sendo assim sentimos culpa de que às vezes não fizemos o suficiente.
Ex: “O filho não está bem na escola. Eu deveria passar mais tempo estudando com ele”.
O julgamento das pessoas também é muito doloroso, é o principal componente para nossa dor é a culpa.
Pensamentos do tipo: “Será que eu falhei?”. “O que eu poderia ter feito?”. “Onde errei?”. São todos pensamentos de indicam fortes culpa.
O sentimento de culpa paralisa, traz medo, incerteza e faz com que a gente sinta que:
“Faça o que fizer nunca será suficiente”.
É muito importante não alimentar sentimentos de culpa, pois podem leva-nos a uma depressão.

Aceitação: Traz uma paz interior e proporciona a mudança, permite que você faça tudo o que está ao seu alcance para mudar a situação.
Aceitação não é conformismo: São dois sentimentos que parecem semelhantes, mas não são, existe uma enorme diferença entre eles.
Conformismo mantém as pessoas conformadas, insatisfeitas e estagnadas em situações que poderiam ser modificadas para melhor.
Existe uma grande diferença entre ter um sentimento de aceitação e ser uma pessoa conformada que cruza os braços e que não faz nada para mudar.
A aceitação é baseada num sentimento de confiança e numa sabedoria interior. Já o conformismo é baseado em sentimentos ligados a baixa auto-estima, sentimentos de não ser capaz ou de não merecer algo melhor.
Normalmente as pessoas confundem o sentido desses dois sentimentos:
“Eu não posso aceitar essa situação porque senão, não farei nada para mudar.”
Quando não aceitamos as coisas como elas são na realidade, criamos um conflito interior que gera tensão e sofrimento. Todos nos sabemos que lutar contra a realidade é inútil.
Quando você não aceita a mudança, a sua vida torna-se dolorosa e provoca-lhe sofrimento. Você necessita fortalecer a sua auto-estima e aprender a dizer não e impor os seus limites.
Sendo assim, mesmo que alguém seja desagradável contigo, você não precisará sentir raiva para tomas atitudes. Você irá agir com tranqüilidade, quer seja afastando-se da pessoa, ou dizendo um não, eu não concordo com sua opinião.
Já o conformismo pode disfarçar se de aceitação, mas é algo bem diferente, pois é baseado também em sentimentos negativos.
A aceitação permite-nos viver em paz e mudar o que pode ser mudado.
Aceitar é sinônimo de liberar o peso, e liberta-nos.

Obrigada ao apoio profissional:                                                                                                      
Ana Henrichs: Ela trabalha prestando assistência psicológica as famílias vivenciando situações de crise, como também auxiliam as famílias ao acesso a serviços comunitários.
Rhea Smith: Ela trabalha prestando assistência e defesa as famílias, especialmente para aqueles que falam Português.
Obrigada a presença das mães:
Cristina Oliveira, Fernanda Rocha, Gloria Pinto, Monica Vieira, Perla Moraes, Raquel Cruz, Renata Silvano, Rita Mota, Sara Negrini, Vanilde Ferreira.
A próxima reunião será: Quinta-feira: 25 /Outubro / 2012, as 07:00 PM
Local: 529 Main Street, suíte 1102, Andar: M1 sala 1M3 Charlestown, MA 02129. O estacionamento é Gratuito. Apenas avise na portaria que você veio para uma reunião na Federação. Para quem vai de trem é a linha laranja e a Estação é a Sullivan Square