® Consistência= Fazer a mesma coisa todas às vezes.
® Persistência= Insistir com paciência naquilo que determinou a fazer.
Segundo Ana Henrichs, “o mais difícil do seu trabalho é ajudar aos pais manterem a consistência e a persistência no tratamento. É natural que ela desenvolva um trabalho com a família, e na semana seguinte quando ela retorna para monitorar, a mãe dizer à psicóloga que não conseguiu fazer nada do que foi recomendado.
A maior dificuldade que as mães estão encontrando é achar as respostas para suas duvidas em relação a sua própria criança. O profissional do desenvolvimento, o psicólogo ou a “home trainer”, eles não terão uma resposta pronta para indicar a mãe o que vai funcionar com a criança. Esse é o trabalho mais difícil e fica na responsabilidade da mãe descobrir, o que permite ou possa a mãe usar todos os dias (ter a consistência) para aplicar com a sua criança por que uma criança é diferente da outra e o que se aplica para uma pode não funcionar com a outra. É muito importante a rotina para a criança, isso evita a ansiedade, não cria expectativa e diminui as frustrações. “A situação fica mais difícil ainda para as mães que tem mais de uma criança, porque o que funciona para uma não necessariamente pode funcionar com a outra”.
Fernanda Rocha diz: “O que ela faz com um filho por uma primeira vez ela aplica ao outro, às vezes funciona, mas a maioria das vezes não. Então, é necessário modificar algumas coisas para aplicar ao outro filho, ou pior ainda ter que refazer completamente diferente para obter um resultado esperado”.
Exemplo: Muitas crianças têm comportamentos exemplares nas escolas, mas quando chegam a casa vira o inverso. Por que isso acontece? Porque na escola tem uma rotina rígida a ser seguida, as crianças têm um horário e uma rotina a cumprir. Se em casa não conseguir ter o mesmo ambiente da escola a criança vai ter o total controle da casa e manipular os pais, com choro, pirraça, grito ate ganhar o que ela quer. Mas nessas horas é muito importante que os pais estejam preparados psicologicamente para suportar e sejam persistentes nas conseqüências.
O que os pais têm que perceber que a criança é muito mais esperta do que a gente imagina, pela própria lei da sobrevivência e ela aprende desde muito cedo, a melhor forma de manipular aos pais para obter o que desejam.
Muitas mães procuram o grupo porque já não toleram mais a “agressividade” de sua criança, elas descrevem os mais diferentes relatos de: Socos, chutes, empurrões e mordidas. Falam dos escândalos em lugares públicos, em festas de criança, na porta da escola... Como fazer para reverter esse comportamento?
É necessário trabalhar em parceria junto
com a escola, e fazer um plano de comportamento para essa criança (FBA) “Funcional Behavior Assessment”,
pois a criança necessita de uma rotina rigorosa e rígida. Precisa de hora para
comer, para ir à escola, para fazer a lição de casa, para assistir TV e brincar.
Vai ser um estresse porque é muito mais difícil
a gente "desensinar". Mas
não desista quanto mais cedo melhor para você mudar essa situação. Lembre-se para educar os filhos é preciso
paciência, consistência e persistência.
Ana também nos ensinou a partir de dois princípios.
Exemplo: Quando uma criança se recusa ir para escola dizendo que não quer ir porque na escola é muito barulho. Analise se ela esta tendo essa reação simplesmente para evitar o problema (fuga) ou se realmente ela esta tendo uma reação (sensorial) de sensibilidade ao som. Para saber se a criança é sensível ao som, você pode pedir para escola fazer uma avaliação de “sensory integration disorder”. E pedir ao pediatra encaminhar a criança a um especialista para fazer os testes auditivos. Problemas de audição aumentam as chances das crianças apresentarem problemas de comunicação.
Outro exemplo: Hora da lição de casa, mas conhecida como à hora do conflito. É a hora do drama, da pirraça, do choro. Quando vamos ajudar a criança com as tarefas da escola essa situação exige muita paciência da parte dos pais e cooperação das crianças, mas somente alcançamos um resultado positivo após sermos treinados a como lidar com esse desafio. O que precisamos levar em conta é a personalidade de cada criança, há crianças que não pedem ajuda mesmo que estejam precisando, isso significa que ela gosta de estar no controle, porem aceita numa boa quando alguém oferece ajuda, há outras que não são tão fácil assim, precisam de ajuda, mas se irritam por ter que aceitar a ajuda de alguém. Também há casos totalmente diferentes onde a criança chora e não escreve nem uma palavra se a mãe não sentar-se ao lado e ajudar em toda a tarefa do começo ao fim. Reconheça as suas próprias limitações, algumas vezes quando estamos cansados ou atrasados é normal perder a calma em algumas situações. Então, essa não é a melhor hora ou você não é a pessoa indicada para ajudar a criança nesse momento.
Mostre afeto e amor incondicional, mesmo nas horas mais difíceis. Não exigir demais nem de menos. Manter a coerência entre os pais e demais familiares. Um não pode desautorizar o outro. E os demais familiares (como tios ou avós) não devem interferir nas decisões e atitudes dos pais.
Dar o exemplo é a melhor forma de educar. Se você prometeu cumpra e não ameace. Se houve a ameaça de que seu filho ficaria sem assistir TV, é preciso cumprir a penalidade. Não voltar atrás nem “perdoar”. Os pais precisam ser claros, firmes, determinados, confiantes e tranqüilos.
Outro ponto importante, você pode reclamar que o quarto está bagunçado, mas não deve dizer que o filho é relaxado ou bagunceiro. Não ofender, humilhar ou rotular. Para uma criança, as palavras ditas por seus pais são muito importantes, sejam elas elogios ou críticas. Portanto ao dizer para uma criança que ela é “mentirosa, teimosa, lerda ou burra” pode deixar marcas significativas. É possível ser enérgico e corrigir comportamentos inadequados sem ofender ou humilhar. Não devemos criticar com freqüência apenas corrija, mas com autoridade e amor.
Confiança e respeito se conquistam com a verdade, jamais através de ameaças ou promessas falsas. Não mentir é fundamental no processo de educação. Os pais devem determinar e fazer com que a determinação seja cumprida. Tente agir de acordo com a idade da criança, é importante reconhecer as dificuldades e limitações das crianças. Crie expectativas realistas e entenda que o processo de aprendizagem lento. Estabelecer limites não precisa ser tão difícil ou traumático. É necessário ser mais persistente do que a criança porque ela ira lhe testar a todo o momento. Se a criança insistir mil vezes em fazer algo errado, é preciso corrigi-la mil e uma vezes. Estabelecer de forma clara o que pode e o que não pode. Não dá para ficar mudando as regras com freqüência, pois isto confunde a criança em seu aprendizado.
É possível estabelecer limites com carinho. Não é necessário gritar, ameaçar e muito menos agredir (verbal ou fisicamente). Paciência e afeto são armas importantes para se transmitir regras e ensinar bons comportamentos. Demonstrar para a criança que os pais estão tristes devido ao seu comportamento inadequado é mais importante que criticar. O amor deve ser incondicional e deve ficar claro para a criança que ela é amada, independentemente de seu comportamento.
Pais indecisos, sem autoridade, permitem comportamentos inadequados e protagonizam cenas constrangedoras com seus filhos. Muitas vezes só adotam atitudes mais drásticas quando atingem o limite de sua paciência, perdendo o controle da situação e explodindo em crises de raiva. Não é preciso ser assim. Podem-se estabelecer regras e limites com carinho, afeto e determinação.
Quando os pais são firmes e determinados, todos ganham com isso. Os filhos aprendem que serão tratados com respeito e amor, mas que devem seguir as regras estabelecidas. E os pais, mais tranqüilos e confiantes, sem sentimentos de culpa.
Soluções imediatas significam problemas futuros, as soluções rápidas e imediatas não são as mais adequadas, pois tendem a desencadear novas, piores e repetidas situações problemáticas.
Um dos exemplos mais freqüentes é ceder às ordens de uma criança quando uns dos pais estão ocupados, para acabar com a crise de choro e a atitude inoportuna. Ceder nestes momentos é abrir as portas para a repetição cada vez mais freqüente destes comportamentos. E as alternativas de discutir, gritar ou bater na criança, também não são adequadas para corrigir problemas. Portanto, em vez de adotar soluções imediatas, é preciso dispor-se de um pouco mais de tempo e buscar, muita paciência para investir em resultados mais positivos e definitivos.
Alguns pontos são fundamentais para alcançar um resultado positivo.
® Estar disposto a certos sacrifícios.
® Manter comunicação constante em tons de conversas com a criança.
® Não atender as birras, explicar à criança que só será atendida se pedir em tom de voz normal.
® Evite usar os personagens de televisão, monstro, bruxa, bicho-papão, policial, diretor da escola, para amedrontar ou punir os filhos.
® Não volte atrás. Prometeu cumpra.
® Dedicar no mínimo 15 minutos diariamente aos filhos, sentar, ouvir, conversar, abraçar, beijar, falar “eu te amo”, brincar, etc.
® Evite a contradição entre os pais. A criança se sente confusa e dividida.
® Os pais são o modelo a ser seguido. Pense que tipo de modelo é o seu.
® Não acredite que crescendo a criança vai melhorar, ou o tempo dará jeito na situação.
A
psicóloga encerrou seu discurso com um excelente conselho para as mães;
“Consistência e persistência é muito importante não somente com nossas crianças
e sim com a nossa própria decisão de comparecer e participar das reuniões, por
que é aqui que iremos receber
informação, apoio e ajuda. Mas em
momento nenhum o grupo ira solucionar seu problema em apenas uma reunião, é
preciso que você volte e seja consistente e persistente. Não desista!
Obrigada ao apoio profissional:
Ana Henrichs: Ela trabalha prestando assistência psicológica as famílias vivenciando situações de crise, como também auxiliam as famílias ao acesso a serviços comunitários.
Rhea Smith: Ela trabalha prestando assistência e defesa as famílias, especialmente para aqueles que falam Português.
Obrigada a presença das mães:
Cristina Oliveira, Cristina Matos, Dayane Nietto, Fabiana Silva, Fernanda Rocha, Raquel Cruz, Noêmia Bueno, Rosangela Freitas, Valeria Duarte, Vanilde Ferreira.
A
próxima reunião será: Sexta-feira: 22 / Fevereiro / 2013, as 07:00 PM
Local: 529 Main Street ,
suíte 1102, Andar: M1 sala 1M3 Charlestown ,
MA 02129 .
O estacionamento é Gratuito. Apenas avise na portaria
que você veio para uma reunião na Federação. Para quem vai de trem é a linha
laranja e a Estação é a Sullivan Square.
Adoro os textos que você escreve Fê, são de fácil entendimento e tenho certeza de que ajudam muito na relação pai e filho.
ResponderExcluirConcordo que toda criança precisa de rotina e desde bem pequenininha.
A rotina torna as crianças mais seguras, e assim elas aprendem desde muito cedo que tem coisas que terão que fazer todos os dias de sua vida como, os momentos de higiene, de alimentação, de tarefas e diversão.
Mas o que considero mais importante é a maneira com que os pais se posicionam diante das diferentes reações das crianças.
A paciência e o carinho são indispensáveis num momento de conversa com os filhos.
Crianças precisam de regras e rotina, mas isso deve acontecer com a supervisão, paciência e carinho dos pais.
Um beijão, Dany