Biografia: Erica Key é escritora, professora , terapeuta, treinadora de pais e professores. Ela observa e ouve as crianças e famílias, a fim de ajudar a identificar as habilidades essenciais e desenvolve projetos e programas personalizados para as crianças. Desenvolve um amplo trabalho a crianças com problemas acadêmicos ou possíveis desabilidades de aprendizagem
Dentre suas especialidades estão: Autismo, PDD-NOS, dislexia, déficit de atenção, discalculia, etc.
Essa matéria é apenas um resumo da palestra da Erica, infelizmente a riqueza dos detalhes, exemplos, vídeos e outras formas se perdem quando resumidos. Para quem esteve presente vai ser bom relembrar as técnicas, as idéias e as palavras de Erica.
Segundo
Erica: O que significa brincar? Como fazer com
que as crianças aprendam a brincar? Para começar é importante você saber como brincar. Como você se sente
aprendendo a brincar. Pensamos que sabemos o que significa brincar,
automaticamente achamos que a brincadeira é divertida. Então Erica fez uma pequena
brincadeira e depois perguntas para analisar como sentimos. Veja algumas das
respostas:
- Estranho;
- Surpreso;
- Confuso;
- Engraçado;
- Interessante;
- Envergonhado;
- Idiota;
- Doido;
- Talvez ela não saiba falar;
- Não entendi muito difícil;
Brincar é realmente divertido, mas é um trabalho muito difícil. Para as crianças é muito difícil a interação e a brincadeira. Mas é possível com algumas técnicas e como podemos ser treinadores para ajudar as crianças.
Quando ela brincou: Bahhhh bahhh
Ela precisava ter a atenção, despertar o interesse (curiosidade, diversão...). Pois o interesse leva a imitação, que leva à interação.
Quando percebemos que nossa criança não quer, não gosta ou não sabe brincar. Isso é uma grande competição com os problemas sensoriais. Nas escolas, no parquinho, nos lugares públicos. Os sons e as experiências são as distrações mais freqüentes que impedem a interação social.
- Problemas sensoriais:
- Sons de pessoas,
- Sons de lugares,
- Sons de máquinas,
- Sons de móveis, especialmente cadeiras em chão de madeira,
- Sons dos banheiros, algumas crianças se recusam ir ao banheiro por causa do som acústico.
- Movimento das crianças,
- Movimento da luz (fora das janelas),
- Texturas de roupas,
- Textura dos tapetes onde as crianças sentam para hora do círculo,
- Textura da macinha de modelar,
- Textura da comida.
Erica ilustrou um exemplo muito interessante sobre dificuldade de processamento sensorial:
Ex: Pense em você voltando para casa após pegar trafego, você esta dirigindo por horas no transito esta chovendo isso prejudica sua visão, as pessoas bombardeiam com sons de buzinas, você esta tensa, seu corpo esta fisicamente tenso, e você movimenta-se rapidamente determinada a sair desse transito. Finalmente quando você chega a casa as crianças estão... Eu quero, eu quero, eu quero... Como você esta se sentindo? Mais paciente ou mais agressivo? Você esta ouvindo bem ou esta irritado? Agora você já teve sua própria experiência sensorial. Nesse momento seu processamento sensorial esta fraco, você não esta aberto, ou pronto para ouvir, ou querendo participar. Você esta inconfortável. Nós não estamos livres para os outros se não estamos com o sistema sensorial regularizados.
Seu objetivo é fazer com que a crianças
senta-se confortável, saia do estagio de intolerância, para sentir-se mais
calma, relaxada e conectada.
Para
responder algumas perguntas sobre tolerância Erica indica dois livros:
Especialmente escritos para dificuldade de processamento sensorial.
Siga
sua criança na brincadeira:
Muitos pais estacionam nesse estagio, pois
querem escolher e decidir o que seu filho gosta ou quer. Se você tentar
escolher no lugar de seu filho você pode correr o risco de perder a conexão com
aquilo que seja a real preferência dele.Você não pode escolher o que ele gosta ou quer. Você somente pode escolher como ele faz. Se for apropriado ou se pode aprender mais.
Você não pode dizer: “Todo mundo gosta disso”: ou se você fizer isso eu te dou... (aquilo que você deseja).
Ou se a criança não gosta de comer algo, e se você disser come tudo eu te dou... (aquilo que você quer)
Talvez a criança ate faça ou coma algo que não gosta para poder ganhar a recompensa. Mas isso não muda o que ela gosta ou a preferência dela.
Erica trabalha com o principio da terapia ABA mesmo que muitos não concordem todo seu trabalho é baseado em recompensas naturais...
Se você não preparar da forma adequada o programa vai para o caminho errado. Se você presentear com coisas agradáveis, algo desagradável de fazer. Você esta apenas pagando e passando a mensagem... Se você fizer algo desagradável eu te dou algo legal...
Você diz o tempo todo vamos brincar que eu te dou uma balinha. Qual é a mensagem que você esta passando? - De que brincar é horrível senão porque você esta me pagando.
Se você tem que seguir o caminho da curiosidade e do interesse. É um trabalho muito duro despertar a curiosidade. E quando você conseguir, mesmo que pareça uma doida, não tente escolher a preferência apenas siga.
Brincadeira
típica e sensorial:
Criancas gostam de fazer bagunças com
texturas:Creme, chantili, farinha, pomadas, tintas, água, areia, grãos etc... Essa é a brincadeira interessante para sua criança.
Mesmo que sua criança brinque muito com texturas sensoriais, você pode mudar esse habito. Mas não tente extinguir porque é realmente muito divertido para ela... Crianças típicas têm os mesmos interesses da criança especial.
Você tem que as deixar fazerem isso? Não!
Você deve apreciar o interesse da criança? Sim a menos que você não chame isso de brincadeira. Você pode direcionar a bagunça e dizer vamos pintar juntos, para uma forma apropriada.
Quando você for seguir o interesse da sua
criança, tenha certeza do interesse dela e não do que você pensa que ela gosta.
Siga
o interesse de sua criança:
Em experiências sensoriais?Comportamento repetitivo ou também hábitos
Em movimentos de objetos
Então se a criança gosta da repetição, siga o interesse, eu faço com você, mas vamos fazer um jogo. Mudando um pouquinho e transformando em brincadeira. Se a criança diz algo, copie-a dizendo novamente. Talvez com isso você arruíne a brincadeira ou consiga achar a parte divertida. Se você conseguir aumentar o interesse da criança use esse beneficio.
Ex: A criança que diz o tempo todo: “Mãe olhe o carro, mãe olhe o carro, mãe olhe o carro...
Você interage com ela dizendo a mesma coisa somente mude sua voz cada vez que falar, depois vai adicionando outras idéias, olhe o sol, a flor, o sapato, mas sempre volte no início, no carro para a criança notar que você não deixou o interesse dela. Não importa qual seja seu interesse nós vamos fazer juntos eu vou me divertir com você.
Exemplos
de sons repetitivos em musicas: I like move it, move it...
É muito popular em vários Países, porque
tem um padrão repetitivo, tem paridade, metódico, estimula o sistema auditivo.
Interesse:
Algumas crianças gostam de estímulos:Em experiências sensoriais?
-visão periférica: Erica cria muitos jogos que estimulam esse interesse: Jogos de assoprar folhas.
-luzes – reflexo das luzes em espelhos e brincadeira de Circo
- movimento de virar paginas de livros compulsivamente: Erica vira mais rápido e com mais precisão as paginas dos livros e entrelaçava com a da criança, e depois vira cartas.
-Crianças que gostam de massagem e pressão: Brincar de entrar embaixo das almofadas do sofá e apertar.
- Para ensinar sua criança a brincar de pega-pega, ensine ela a ser o que vai pegar por que nenhuma criança quer ser o que vai pegar e isso vai despertar o interesse das outras crianças a quer brincarem muito com ela.
Crie
dois níveis de brincadeira
Combine o interesse sensorial de seu filho
(o que seu filho precisa) com o interesse dos coleguinhas e o interesse social (meio ambiente). Você conhece o interesse da sua criança (interesse em luz, movimento, ritmo...). Você vai ajudar o interesse sensorial de sua criança e levá-lo ao interesse social.
Ex: Se sua criança gosta de luz, você da uma lanterna e coloca o nome dela, então será sua criança que vai segurar a lanterna, mas ela pode convidar os coleguinhas para brincar, depois pega uma grande caixa e transforma em uma caverna cobre com papel as entradas de luz e cola adesivos que brilham no escuro... Com isso sua criança é a responsável pela brincadeira, pois ela segura a lanterna, isso trabalha a aproximação de outra criança, exposto aos sons, os coleguinhas tem acesso a todas as coisas curiosas de ver em brilhos e as formas dos adesivos. E sua criança esta conseguindo ver o que as outras crianças estão interessadas. Você é responsável por todo trabalho difícil, sua criança não precisa se preocupara em como brincar, a outra criança também não tem que aprender como brincar com seu filho, então você e o ambiente fazem todo o trabalho. Você esta ajudando as duas crianças criar a conexão.
O que ha de divertido em rodar?
Sua criança gosta de ficar virando, então
leve ela a parques que tenha brinquedos de girar, e conte historias para as
outras crianças despertarem o interesse e começar interagir com sua criança.Para criar conexões aja como uma criança.
Como você olha a brincadeira
Olhe para o comportamento típico (não somente para os com bom comportamento)
Olhe para todos os coleguinhas (não somente para os com bom comportamento)
Quando seu filho mostra interesse e habilidades de continuar a brincar, você deixa de ser Embaixador ou mensageiro, e passa a ser Treinador ou técnico.
Quando você era Embaixador (Ambassador) você
interagia muito pouco com sua criança e com os coleguinhas. Após virar Parceiro
(Sidekick você é o responsável em conduzir a brincadeira, explorando ao Maximo
as oportunidades de interação entre as crianças. Quando as crianças começam a
interagir você muda para trás de sua criança tornam-se quase invisível para ser
o treinador. Sussurra nos ouvidos dela como se fosse um treinamento técnico,
sai de cena e desaparece da interação. Se alguém falar com você, você direciona
a conversa para seu filho, e ensina sua criança a responder.
Ex: Se você praticar com seu filho em como pedir uma pizza, e no
momento que o garçom chegar, ele não ouvir e perguntar para você.
O
que ele quer comer? Você diz para o garçom pergunte
a criança. E diz para seu filho diz para o garçom que você quer. Não se importe
quanto tempo isso vai durar, pois se você interromper a interação e responder
para seu filho ele vai desaparecer da cena e se for assim o melhor é nem sair
de casa. A criança tem que ter a chances de interações e praticá-las. E se seu
filho tem problemas de socialização, ele necessita muito mais dessas
oportunidades.Sua criança não tem contato visual? Contato visual é à base do processo de aprendizagem, comunicação, linguagem e interação social. É a maneira que sabemos se você esta ouvindo, se esta entendendo, como esta se sentindo, ou suas reações.
Você necessita fazer algo que faça com que simplesmente ela olhe. Não diga para ela olhar. Force para que ela olhe e sinta surpresa por ver uma recompensa positiva.
Como parceiro ou treinador se sua criança gosta de brincadeiras violentas, você tem que conduzir para não perder o estimula de aventura e perigo, pois sua criança, não é capaz de saber o limite.
Erica fez um trabalho direcionado a uma criança que gosta de brincar de maneira agressiva, um livro sobre aventuras ninja, com segredos, caminhos, treinos e vocabulário apropriado, para sua criança não entrar eu nenhum tipo de problema. Se a criança gosta de armas, ofereça no lugar bambus que os ninjas usam para caminhar. Uma brincadeira interessante, e adequada a necessidades das crianças.
Lembrando
que seja qual estagio que sua criança esteja, é necessário paciência porque o
processo de aprendizagem é lento, mas o importante é você estar buscando o
interesse dele, para continuar a brincadeira.
A Sombra Iluminada é importante para despertar
o interesse social, desenvolver o processo de recepção entre a interação das
brincadeiras. Para quando alguma informação for passada sua criança consiga
agir com reciprocidade.
Outro objetivo é fazer com que a criança
pense o que vem a seguir e como deve agir nas interações sociais. Importante saber que a criança não fica
parada apenas em um estagio.
“A Vida é uma série de mudanças naturais e
espontâneas. Não resista a elas; isto só criará dor. Deixe realidade ser
realidade. Deixe as coisas seguirem seu rumo natural.” By Erica Key
Esse estudo foi retirado do material de Erica Key. Para mais informações visitem o site:
www.LearningSeedsBrookline.com
Agradecimento especial em nome do grupo
para Erica Key que gentilmente aceitou nosso convite em participar deste
evento, e Virginia Freitas que dividiu uma experiência tão maravilhosa conosco.
Obrigada ao apoio profissional:
Ana Henrichs: Ela trabalha
prestando assistência psicológica as famílias vivenciando situações de crise,
como também auxiliam as famílias ao acesso a serviços comunitários.
Rhea Smith: Ela trabalha prestando assistência e defesa as famílias,
especialmente para aqueles que falam Português.Obrigada a presença das mães, pais e voluntários:
Adriana Ribeiro, Andréia da Silva, Cristina Oliveira, Cristian dos Santos, Camila F. Tavares, Dayane Nieto, Eliane Souza, Edson da Silva, Fernanda Rocha, Gloria Pinto, Joseleide Ribeiro, Monica Vieira, Octavio da Silva, Soraia Oliveira, Valeria Duarte, Vanilde Ferreira, Viviane Gouvêa, Virginia Freitas, Walmir P. dos Santos.
A próxima reunião será: Sexta-feira: 28/ Junho / 2013,
as 07:00 PM
Local:
Nenhum comentário:
Postar um comentário